Apresentação

A partir dessa leitura, da paisagem, à minha maneira, eu abri um horizonte imenso para o meu trabalho. E assim eu continuo até hoje, trabalhando com o que eu chamo de “sensações de paisagens”, ou “diários da minha vida”. As coisas pra onde eu olho e eu digo “poxa, eu to olhando pra isso, vou fotografar isso com a minha pintura e vai dar uma imagem interessante.

– Patricia Leite

Ao caminhar por diferentes referenciais, Patricia Leite busca meios de dar vazão às suas memórias e latências afetivas num exercício pictórico bastante particular. É aí que cenas bucólicas de uma viagem ou imagens retiradas de vídeos que mobilizaram sua atenção dão partida a um processo rumo a pinturas que acontecem numa rara combinação de gravidade e brandura. Com um corpo de trabalho coeso, é possível encontrar em suas obras recorrentes ecos e ressonâncias de alguns temas e estilos bem marcados na história da arte, como a pintura de paisagem e elementos da pop art. No entanto, esses recursos são tomados sempre como suporte para expressar manifestações íntimas, que poderiam tanto estar num diário quanto num mapa de figuras organicamente recolhidas e cuidadosamente editadas.

Vibrando entre a abstração e a figuração, sua obra lida com o encaminhamento de um estado sólido para um momento inconstante. Se por um lado o uso de grandes blocos de cor sobre a rígida absorção da madeira nos coloca diante de planos imponentes, tudo o que está ali não se permite definir integralmente e nem muito menos em definitivo. O que há é uma abertura de luz que delineia todas as coisas ao passo que também deixa espaço para que possamos testemunhar suas constantes transformações. Surgem então os pontos de contato — sempre inexatos —entre o etéreo e a matéria.

Das cores marcantes — o verde abacate; os sólidos tons de azul, etc. — à frugalidade gráfica, a artista elege fundamentos para retratar o mundo em outros graus de intensidade. Por trás de cada escolha existe a vontade de se aproximar de atmosferas singulares e de tatear as sensações que podem surgir a partir de certas experiências visuais, como estar debaixo do sol de Minas Gerais, assistir um desfile de escola de samba ou contemplar o cair da noite em algum litoral.

Patricia Leite (Belo Horizonte, 1955) vive e trabalha em São Paulo.


Suas obras participaram de mostras coletivas institucionais como: Calor Universal, Pace Gallery, New York (2022); Unnatural Nature: Post-pop Landscapes, Acquavella Galleries, New York (2022); Prelude: Melancholy of the future, Museum Dhondt-Dhaenens, Belgium (2020); Mantiqueira, Mendes Wood DM New York, New York (2020); Terra Trema, Thomas Dane, Naples (2019); Mínimo, múltiplo, comum, Estação Pinacoteca, São Paulo (2018); Aprendendo Com Dorival Caymmi - Civilização Praieira, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2016); The Circus as a Parallel Universe, Kunsthalle Wien, Vienna (2013); Outra Praia, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2005).

Suas obras também estão incluídas nas coleções permanentes: Pinault Collection, Paris; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo; Fiorucci Art Trust, London; Thyssen-Bornemisza Art Contemporary, Viena; Cranford Collection, London; Loewe Collection, Madrid; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte.

Obras Selecionadas
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  • In the studio: Patricia Leite

    Junho 30, 2023
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