Some Eyes Alma Allen

Apresentação

A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar Some Eyes [Alguns Olhos], a primeira individual do notável artista e escultor estadunidense Alma Allen, que ocupa o espaço expositivo da galeria na Barra Funda, em São Paulo. Além de ser a sua primeira exposição na Mendes Wood DM de São Paulo, é também a primeira mostra individual do seu trabalho no Brasil, que oferece a esperada oportunidade de o público sul-americano apreciar a produção artística de Alma Allen.  
 
Amplamente reconhecido pela destreza no manejo de materiais tão distintos quanto o bronze, a madeira e variados tipos de mármores vindos de diferentes lugares do mundo, Allen, nesta exposição, volta o seu foco para o bronze e a madeira parota, também conhecida como orelha-de-elefante, uma árvore nativa das regiões tropicais das Américas. Do mesmo modo, a mostra destaca o interesse recente de Allen pela criação de esculturas de parede, em vez das esculturas de chão pelas quais ele é mais conhecido.  

O ímpeto criativo de Allen para essa série de trabalhos foi ativado durante uma viagem recente ao Egito, onde o artista se confrontou com o monumental legado artístico e a cultura antiga do país. Em particular, o artista se sentiu atraído pelo simbolismo visual dos olhos e da lua, figuras onipresentes na arte egípcia. O olho, que é universalmente reconhecido como símbolo da percepção intelectual, representa um conceito ainda mais amplo na cultura egípcia: um par de olhos, por exemplo, era pintado nos sarcófagos para que os mortos pudessem ver o mundo do lado de fora. Na mitologia egípcia, a lua é ligada a Osíris, o deus dos mortos, e as suas fases estão ligadas ao ritmos cíclicos do nascimento e da morte.  

A parota, uma madeira que o artista já tinha incorporado à sua prática no passado, aparece em trabalhos maiores, em sua maioria circulares, que se baseiam em gestos que evocam formas orgânicas. Por sua vez, os trabalhos feitos com bronze parecem imitar formações naturais e padrões arqueológicos, evocando um panteão de referências mitológicas, de murais egípcios a arte pré-colombiana. Até certo ponto, os relevos em bronze da exposição são uma continuação do trabalho que Allen produziu para a sua mostra individual no Museo Anahuacalli – um espaço projetado por Diego Rivera como um repositório “vivo” de artefatos primitivos e modernos –, bem como evidências do grande interesse e envolvimento do artista com culturas antigas.  

As formas de Allen são, num primeiro momento, elaboradas à mão em moldes de argila ou cera, produzidos segundo o desejo do artista, para depois serem passados por um processo de escaneamento 3D. As peças finais são feitas em seu ateliê em Tepoztlán, no México, com a ajuda de um robô que finaliza o processo em larga escala. No entanto, antes disso, é a mão do artista que configura os relevos, os arranjos formais e a sensação de fluidez dos trabalhos.

Obras
Vistas da exposição